24 de maio de 2017

TEMER, AÉCIO, DELAÇÃO DA JBS: NÓS VIVEMOS UM WATERGATE POR DIA

“O acaso tem voto decisivo na assembleia dos acontecimentos”, disse o conselheiro Aires, personagem de Machado de Assis no livro Memorial de Aires. Sem tirar nem pôr, é exatamente o que está ocorrendo no Brasil enquanto escrevo. Sempre haverá quem diga que, com a nuvem da Lava-Jato estável sobre o Brasil, esses fatos inesperados nunca são tão inesperados assim.
No dia 17 de maio de 1973, a Comissão do Senado americano sobre Watergate iniciou suas atividades. Em um trabalho meticuloso e cheio de interpretações dos acusadores e defensores de Nixon, o então presidente dos Estados Unidos acabou sendo impedido de continuar no cargo, marcando o momento de maior crise política na história recente americana.
Nosso Watergate chama-se Lava-Jato. Nosso Nixon são todos os que foram eleitos popularmente. Nossos Carl Bernstein e Bob Woodward são todos os jornalistas brasileiros. Vivemos um Watergate por dia desde que a ex-presidente Dilma desceu no escorregador da popularidade.
Neste 17 de maio, as denúncias de que o presidente Temer concordou com uma inciativa de Joesley Batista, dono da JBS, em pagar propina ao presidiário (e ex-presidente da Câmara) Eduardo Cunha para que este continuasse em silêncio, assim como a recepção de R$ 500 mil por parte de um assessor, filmado pela Polícia Federal, representa um ponto altíssimo no interminável escândalo brasileiro.
O fato de a conversa entre Temer e Joesley ter ocorrido durante o exercício do mandato do presidente muda o tom de todas as acusações anteriores. Crimes cometidos durante o mandato são passíveis de impeachment. “Não entendo por que essa reunião ocorreu. Não havia sentido em receber alguém como Joesley agora. O governo deveria manter distância dessas pessoas”, afirmou a esta coluna um ministro, visivelmente abatido.

Reformas afetadas

Essas denúncias, independentemente de seu teor, trarão outros impactos importantíssimos para a República. Primeiramente e, de fato, a mais importante, as reformas tão necessárias para o futuro do Brasil foram seriamente afetadas. “Afetadas? Até sexta-feira saberemos se foram enterradas”, diz um parlamentar tucano, igualmente abatido.
A complexidade das reformas previdenciária e trabalhista requer uma atuação estratégica e milimétrica por parte do Planalto e do estrategista-chefe, Eliseu Padilha. Com as atenções voltadas para a contenção de uma hemorragia generalizada como essa, a atenção para Previdência e trabalhista serão mínimas.
Em segundo lugar, a estratégia de adiamento da decisão da chapa Dilma/Temer no TSE, que vinha funcionando com perfeição, passa a ter efeito oposto, podendo levar ao TSE a enorme responsabilidade de incorporar a atual acusação contra o presidente Temer na sua decisão. A decisão do TSE tende a ser a válvula de escape para antecipar uma situação que poderá se tornar incontrolável.
Uma onda de manifestações populares pode crescer exponencialmente. Além de trazer um argumento sólido para as – até então – fracassadas manifestações sindicais, nas quais o alvo era a Reforma da Previdência, poderá também incentivar os não-sindicalizados a protestar. Os não-sindicalizados sempre têm peso maior entre os manifestantes do que os sindicalizados, que muitas vezes cumprem a função por ordem ou pequenos incentivos. No caso de uma manifestação verdadeiramente popular, o impacto tende a ser muito maior e mais significativo.

Maia, presidente tampão?

Precisamos ver o conteúdo das acusações. Sendo verdadeiras, a situação do governo fica virtualmente insustentável; uma eventual renúncia não só gerará eleições indiretas, mas marcará o episódio mais dramático do Watergate brasileiro.
.Agora, caso as acusações se confirmem, uma renúncia seria mais provável do que um processo de impeachment. Nesse caso, quem assumiria temporariamente seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que poderá inclusive se tornar o presidente tampão, desde que segure as reformas e aproveite o fato de Nelson Jobim, Fernando Henrique Cardoso entre outros, já terem deixado claro que não estão dispostos.
Caso Maia avance nas reformas que, hoje, estão sendo vistas como quase enterradas, nos 30 dias após uma eventual renúncia, ele se capitaliza o suficiente para a posição tampão. Certamente não abandonaria a agenda de reformas, de acordo com uma fonte muito próxima a ele.
Quanto ao vazador da informação – ah, o vazador! –, esse é o Snowden invisível brasileiro. Sua identidade dificilmente surgirá, e caso apareça, nunca seria tratado como um vazador, mas como um libertário que trouxe os fatos à sociedade.
Temer era o Moisés. Mas quando chegou no Mar da Galileia, este não abriu. A Lava-Jato o impediu de levar à terra prometida. Seria Rodrigo Maia, com o poder da caneta, a nos levar a um Brasil com crescimento econômico e reformas necessárias?.

Cenário Político do Brasil


O que esperar do cenário político do Brasil 


A ciclópica crise que vivemos está desnudando a vida política do País.
As boas notícias. Jamais houve golpe, no Brasil, sem a participação dos militares. Hoje, as Forças Armadas desempenham um papel estritamente profissional, sem nenhuma pretensão política.
Déficit de cidadania é traço marcante da democracia brasileira. Em raros momentos, o povo foi às ruas, para revelar sua vontade. Desde 2014, percebe-se que algo mudou e as manifestações populares passaram a vocalizar o inconformismo do povo contra a corrupção e o desgoverno.
Até bem pouco tempo, ninguém poderia imaginar eficácia no enfrentamento da corrupção. A Operação Lava-Jato está demonstrando que esse objetivo é factível.
As más notícias. A violência, que já faz parte do cotidiano dos brasileiros, transferiu-se para a política.
Nas ruas e nas redes sociais, há uma preocupante polarização, que foi precedida pelo recorrente discurso do “nós contra eles”.
Se nas ruas as agressões físicas e os atentados ao patrimônio se converteram em rotina, nas redes sociais sobressaem a difamação, a adulteração de textos e imagens e a desqualificação, por mera divergência de opiniões, de virtudes intelectuais e artísticas.
O debate político em torno do afastamento ou não da Presidente da República é recheado de sofismas e desvarios.
Obviamente, não vai haver golpe. Não há golpe quando se recorre a institutos abonados pela Constituição, observados ritos reconhecidos como constitucionais pelo STF.
É evidente que não há impeachment sem crime de responsabilidade. Esse juízo, entretanto, é feito por quem julga – no caso, o Congresso Nacional -, e não por quem é acusado. Pesquisa com condenados, em uma penitenciária, iria concluir que todos são inocentes.
Alguns demandam a renúncia do Presidente e do Vice-Presidente. Renúncia é ato de vontade unilateral. Não se exige, mesmo porque há risco de ver essa pretensão ser rechaçada com um rotundo não.
Outros bradam a bandeira das eleições gerais, que se presume alcançar todos os mandatos eletivos. Essa ideia já foi suscitada no governo militar. Ganhou o merecido apelido de “Emenda Jim Jones”, por referência a um líder religioso que se suicidou na Guiana, em 1978, e levou consigo todos os seus seguidores, na esperança de um encontro no Paraíso.
Receio que uma emenda constitucional que venha a cassar todos os detentores de mandato eletivo venha a ser tida como inconstitucional, por ofender à soberania popular, sabendo-se que mandatos somente são revogáveis nas hipóteses já previstas na Constituição.
Parece-me que a proposta é mera manobra diversionista ou expediente de conveniência para pretensões eleitorais. A tese se habilita, com mérito, a troféu no torneio das ideias ruins.

Futuro da política brasileira

O futuro. É muito difícil conceber cenários para a crise brasileira, em virtude do caráter não linear e imprevisível da Operação Lava-Jato, das decisões judiciais no âmbito do julgamento das contas eleitorais de 2014 e dos recursos contra os processos de afastamento da Presidente, e das manobras espúrias de cooptação de parlamentares no Congresso.
Arrisco-me a imaginar dois cenários possíveis: a agonia prolongada ou a transição dolorosa.
Se não ocorrer o afastamento da Presidente no curto prazo, teremos uma agonia prolongada. A crise econômica não vai ceder, podendo aumentar caso se recorra a pajelanças. As manifestações de hostilidade ao governo continuarão fortes. O ministério, que se prenuncia, vai dar a concretude ao “governo dos piores” (a “kakistrocracia”, para utilizar a expressão cunhada por Michelangelo Bovero).
Caso o Vice-Presidente assuma a presidência, haverá uma transição dolorosa. Os defenestrados não vão dar trégua. Sindicatos e movimentos autodenominados sociais, financiados com dinheiro do imposto sindical e subsídios governamentais, vão usar de todos os recursos para infernizar a vida dos novos governantes. Os partidos apeados do poder vão recorrer a um discurso de vitimização, que incluirá a falsa alegação de golpe.
Um alento inicial, que decorreria do restabelecimento de expectativas no mercado, pode ser seguido de uma frustração dos que demandam mudanças rápidas, que são inviáveis no curto prazo.
A superação da crise vai requerer talento, habilidade negocial e transparência. E, sobretudo, respeito à lei e às decisões judiciais. É assim que funciona no estado democrático de direito.





Um confronto entre manifestantes e policiais que fazem o isolamento do Congresso Nacional gerou tumulto no início da tarde desta quarta-feira (24). Manifestantes arremassaram pedras, paus e objetos na direção do cordão de isolamento do Congresso. A polícia soltou bombas de gás e usou a cavalaria para dispersar o tumulto. Há pessoas feridas. 
Perto da hora do almoço, a marcha reunia 25 mil manifestantes contra as reformas da Previdência e Trabalhista e contra o governo Michel Temer e pelas eleições diretas. O número de manifestantes ainda não foi atualizado pela Polícia Militar do DF. 
Praça dos Três Poderes                        O sistema de segurança da capital federal, formado pelas Forças Armadas e pelas polícias, manteve, até a manhã desta quarta, a decisão de permitir que a manifestação desta quarta-feira, contra o presidente Michel Temer, ocupasse a Praça dos Três Poderes, área que, no processo de impeachment de Dilma Rousseff, no ano passado, ficou fechada nos dias mais críticos dos protestos. Em função da confusão, no entanto, o acesso à praça foi fechado. 
As entradas principais do Congresso Nacional estão fechadas desde a semana passada em função da tramitação das reformas da Previdência e Trabalhista, já que o prédio chegou a ser invadido duas vezes em função da análise das propostas. Em 18 de abril, policiais invadiram o prédio do Congresso e no dia 3 de maio, agentes penitenciários entraram no plenário da comissão que discutia o texto e ameaçaram parlamentares. Parlamentares, funcionários e jornalistas entram pelas lateirais do prédio do Congresso. 
Por volta das 11h30, cerca de 200 homens do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) estavam próximos da rampa e do espelho d'água do Palácio, munidos de escudos e cães adestrados. Um grupo de 50 seguranças da Presidência se posicionava na guarita de entrada. O isolamento do Congresso e do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) foi feito por batalhões da Polícia Militar do Distrito Federal.


Créditos : R7

Bebidas nas refeições....

Quando ingerimos líquidos (água, sucos, e refrigerantes,
O nosso trato digestivo produz 3 litros de sucos digestivos por dia. Só de saliva é produzido 1,5 litros! Ainda assim, existem muitas pessoas que dizem não conseguir se alimentar sem tomar algum tipo de bebida, afirmando que a comida “fica muito seca”. Várias queixas digestivas podem ter origem a partir da ingestão de líquidos junto ao almoço ou jantar. Desde a boca até o intestino, o alimento sofre a ação de inúmeras enzimas. Para que haja uma boa qualidade do processo digestivo, questões como o pH do trato gastrointestinal é importante. Quando ingerimos líquidos (água, sucos, e refrigerantes, sendo este último ainda mais nocivo) com as refeições, ocorre à diluição do suco gástrico com a modificação do pH local fazendo com que a atividade enzimática fique comprometida.
Por exemplo, a pepsina precisa de um meio ácido estomacal para ser formada a partir do pepsinogênio, o que é somente garantido com a ótima secreção de ácido clorídrico (HCl). O mesmo, por provocar a redução do pH estomacal, favorece não somente a melhor digestão, mas otimiza a absorção de ferro, cálcio, piridoxina, zinco, entre outras vitaminas/minerais, utilizadas em diversas reações bioquímicas. A diluição, portanto do ácido clorídrico durante uma refeição com grande quantidade de líquido favorece uma menor eficiência na absorção de vitaminas/minerais e um déficit clorido-péptico, contribuindo com a má digestão protéica e para a ocorrência de sintomatologias digestivas muito referidas como a distensão abdominal, diarréia/constipação e sensação de plenitude gástrica. As pessoas que têm necessidade de ingerir líquidos com as refeições normalmente possuem uma baixa ingestão hídrica ao longo do dia e associam o ato de comer a hora de se hidratar. A inclusão de líquidos durante as refeições também se deve, em parte a má mastigação, característica bastante comum em pessoas cada vez mais preocupadas, estressadas e com menos tempo destinado à sua alimentação. Para quem tem este péssimo hábito de beber líquidos junto às refeições, existem algumas dicas importantes! A primeira e talvez a mais importante é a MASTIGAÇÃO!
A mastigação estimula a produção de saliva que além de umedecer os alimentos favorecendo a deglutição possui enzimas digestivas que já iniciam o processo de digestão dos alimentos. Quem não mastiga tem a sensação de que a comida está seca mesmo e torna mais difícil o processo digestivo. A segunda dica é, pelo menos, evitar as bebidas gaseificadas (água com gás e refrigerantes) e limitar-se a 200 ml de líquidos por refeição (um copo pequeno de água ou suco). Primeiramente, faça toda a refeição e depois tome o líquido bem lentamente em pequenos goles. Gradativamente vá reduzindo a quantidade de líquidos ingeridos até a total exclusão. O ideal seria não tomar líquido nenhum de 30 minutos até 2 horas depois das refeições (tempo necessário para a digestão dos alimentos). Outra dica é evitar preparações muito secas como: farinha, farofas e empadão, além de não exagerar no sal, pois pratos muito salgados darão mais sede. Esse processo pode levar meses, mas é importante tentar. Com o tempo, o líquido não fará falta nenhuma! Pelo contrário, deixar de tomar líquidos com as refeições só fará bem para sua saúde! Fonte: Fernanda Serpa de Carvalho Especialista em Nutrição Clínica Funcional – Centro Valéria Paschoal de Educação/Docente e Diretora da empresa Nutconsult

“O que REALMENTE significa ter ansiedade”

Este texto foi originalmente publicado no site  Thought Catalog , por  Kirsten Corley , e é, de longe, o texto mais simples, direto e es...